O mercado Brasileiro de azeites extra virgem vai se sofisticando e ficando parecido com o de vinho. Existe uma grande variedade de produtos que vão dos mais simples aos mais sofisticados. Como no vinho essa variedade é fruto de várias coisas: a variedade das frutas utilizadas e também a variedade de regiões, métodos de cultivo, cuidados na produção e, claro, estratégia mercadológica.
Mas existem algumas diferenças fundamentais: O azeite é um mercado com mais fraudes e a sofisticação dos produtos no topo não é tão acentuada. Azeites sofisticados são caros, mas não tanto como no vinho.
Na nossa análise existem os seguintes segmentos no mercado:
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O segmento das fraudes. Aqui estão os azeites que são vendidos como extravirgem, mas na realidade são inferiores e até misturados a outros óleos, como soja ou girassol. Possuem preço barato e são engarrafados no Brasil. Ludibriam o consumidor por que apesar de baratos são mais caros do que os óleos mistos regulares, tipo “Oleo Maria”.
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O segmento do preço baixo. Aqui estão os produtos comprados a granel e normalmente engarrafados no Brasil. Trabalham no limite da qualidade baixa do extravirgem, beirando os 0,7% a 0,8% de acidez, sem complexidade de sabores, e muitas vezes são desclassificados em análises após algum tempo nas gôndolas.
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O Segmento das grandes marcas. Aqui estão os produtos de grandes engarrafadoras multinacionais, com marcas famosas, preços competitivos e grande logística de distribuição para estarem presentes em todo o território nacional. A qualidade é media, variando de 0,3% a 0,5% sem grandes nuances de aromas e sabores.. Exemplos são o azeite Galllo, Andorinha e Borges.
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Os fornecedores de marcas. Existem grandes engarrafadores que não possuem marcas próprias fortes e se especializam em fornecer produtos para quem colocar a sua marca. Prática muito comum em grandes redes de supermercados.O preço é baixo por causa da grande escala e pela eliminação de intermediários, pois o produtor embala diretamente para quem vende. Esse segmento também se caracteriza por atuar por azeites que não são fraude mas que possuem qualidade num patamar inferior e preço também baixo. Duas empresas que atuam dessa forma no mercado brasileiro são a JCCoimbra e a Manuel Serrata.
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O azeite companheiro na rede de distribuição de alimentos. Distribuidores médios de alimentos gostam de oferecer azeite em seu portfólio e por isso procuram marcas que não estão nas 3 categorias anteriores. São produtos mais selecionados, normalmente com a marca do produtor, produzidos em escala menor e com melhor qualidade. Essas empresas, que não possuem a rede de distribuição dos grandes engarrafadores , costumam ter poucas marcas, talvez uma marca por país de origem, para atender o nicho de mercado que procura azeite por país. No brasil a la Pastina e a Porto a Porto atuam nesse nicho. Os azeites chilenos estão em sua maioria neste segmento.
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O azeite companheiro do vinho. Grande parte dos produtores de vinho possui o seu azeite. E importadores de vinho também gostam de ter o azeite em seu portfólio. São azeites produzidos em pequena escala com produção pequena, qualidade acima da média e preço idem. São produtos mais difíceis de encontrar e como o vinho são oferecidos pela internet. No Brasil podemos citar a Qualimpor (Herdade do Esporão) e a Adega Alentejana (diversas marcas).
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O segmento dos azeites de qualidade. Aqui estão os chamados azeites Premium ou Gourmet. São produtos mais elaborados, com acidez abaixo de 0,2% e aromas e sabores complexos. Produzidos em volumes médios ou pequenos por empresas especializadas em azeite. Estão no topo do preço e só são encontrados em empórios gourmet ou na Internet. Exemplos são o “Venta del Baron” e o casa de Santo Amaro Prestige. Por ser um nicho de mercado sómente exportadores especializados atuam nesse segmento, como a Companhia do Azeite e a Bottega Brasil.
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O segmento dos azeites Nacionais. O mercado dos azeites nacionais está no início, com menos de 10 anos. Vem crescendo graças à pesquisa da Embrapa. A maioria dos produtores possui pequenos volumes e opta pela produção artesanal, com boa qualidade e visando o segmento gourmet. O preço é alto e a distribuição restrita a empórios Gourmet e Internet. Exemplos são o Azeite "Ouro de Santana " do Rio Grande do Sul e "Oliq" da Serra da Mantiqueira.
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O azeite de luxo. Sim, existe um mercado de luxo no azeite. São empresas especializadas que atuam num segmento de alto poder aquisitivo e no ramo de presentes. O foco é mais a apresentação do produto, associando também a qualidade. Embalagens de luxo para presente e ocasiões especiais. O azeite normalmente é comprado de produtores. Devido ao alto custo normalmente são franquias que espalham lojas em shoppings. No Brasil atuam nesse nicho a Oliive & co, e a Von fazz com lojas de franquia e a marca gudelux que é voltada para embalagens sofisticadas com marca própria adquirindo o produto de produtores diversos.
Conclusão: Das fraudes aos sofisticados passando pelos nacionais, o mercado brasileiro possui azeites para todos os gostos e preços. É bom fugir das fraudes e dos preços excessivamente baixos. Os simples estão nos supermercados. Os sofisticados e os nacionais na internet. O importante é voce experimentar muito e comprar aque que combina com seus pratos. Talvez um simples para o dia a dia e um sofisticadopara os seus pratos mais elaborados.
Mercado Brasileiro de Azeite:
DA FRAUDE AO LUXO

