Oliveiras o Brasil tem desde a época colonial. Mas produzir azeite nunca foi uma preocupação do Brasil e até 10 anos atrás nenhum litro era produzido. Produzir azeite é uma atividade complexa pois além da produção no campo há as máquinas do lagar e um processo minucioso e trabalhoso para que a produção seja satisfatória.
Graças ao trabalho da Embrapa no Rio Grande do Sul e da Epamig em Minas e a existência de empresários dispostos a investir, as coisa mudaram na última década. Diversas espécies de oliveiras foram aclimatas ao solo e clima nas regiões da Serra da Mantiqueira e no extremo sul do Rio Grande do Sul. Essas duas regiões tem em comum o clima frio, exigido pela oliveira (A oliveira gosta de invernos frios e verões quentes)
Fácil não é. Por excesso de chuvas a produção em 2016 não saiu dos pálidos 30.000 litros de azeite. Em 2017 a produção deve dobrar mas ainda assim é 0,30% do consumo brasileiro.
As duas regiões de plantio são distintas. A Serra da Mantiqueira possui pequenas propriedades pois o tipo de relevo não é propício ao plantio intensivo. No Rio grande, com áreas mais planas as propriedades são maiores.
Nesta fase inicial o azeite é praticamente artesanal, com pouco volume e atenção redobrada para obtenção de resultados adequados. Os lagares ainda estão em montagem e também em fase de testes. O importante é que o produto obtido tem sido de boa qualidade.
Com os volumes pequenos, os trabalhos exigidos o custo de produção é alto. A distância das áreas produtoras e o pequeno volume também deixam a logística complexa e cara. Com tudo isso o custo final ao consumidor acaba sendo alto e o azeite brasileiro é vendido ao preço dos melhores importados, dificultando muito as vendas.
Com o tempo a tendência é que tenhamos como nos outros países grandes produtores com logística otimizada e custo baixo e os pequenos produtores com produções menores , mais cuidadas e produtos de melhor qualidade, voltadas para o nicho gourmet.
A tendencia é exiatam também lagares maiores para atender olivicultores por região, evitando que cada um tenha o custo de construir um lagar.
A Serra da Mantiqueira deverá ser a reserva para os azeites artesanais e o Rio Grande do Sul para as produções em larga escala. Lá já se encontram grandes plantações esperando o tempo necessário para que a oliveira inicie a produção (5 anos). A Questão é se o clima brasileiro vai permitir produções regulares. A empresa Olivas do Sul, por exemplo estava em 2015 como uma das empresas promissoras no mercado brasileiro e em 2016 não teve produção.
No ano de 2016 os azeites que mais se destacaram no rio Grande do Sul foram Batalha, Prosperato, Verde Louro e Ouro de Santana. Na serra da Matiqueira foram o Azeite Maria da Fé, Oliq e Borrielo.
Só o tempo vai dizer a produção brasileira poderá ter a estabilidade necessária para atender regularmente o consumo sem oscilações que afetem as entregas. A produção de maçãs em Santa Catarina e a de uvas no Vale do São Francisco foram grandes vitórias brasileiras. Vamos torcer para que o azeite seja mais uma grande vitória.
O Azeite Brasileiro:
Presente e futuro

